segunda-feira, 9 de maio de 2011

AS INTENSAS FACES DE ENEIDA VOLTAM À CENA








Vencedor do Edital Cláudio Barradas, “Eu Me Confesso Eneida” faz nova temporada no Instituto de Artes do Pará

Em fevereiro deste ano, o público ofertou a trinca de ouro almejada por todo e qualquer projeto cultural: presença, emoção e aplausos. O espetáculo “Eu Me Confesso Eneida”, de Carlos Correia Santos, dirigido por Edson Chagas e Leandro Haick, fez lotar a platéia do teatro Waldemar Henrique e conquistou críticas entusiasmadas de pesquisadores e artistas de vários segmentos. O trabalho volta à cena a partir do próximo dia 12, às 21h, na Sala de Ensaios do Instituto de Artes do Pará. Sob os holofotes, as atrizes Marta Ferreira, Rosa Marina e Elisângela Vasconcelos dão vida às várias facetas da cronista, carnavalesca e ativista política Eneida de Moraes. A montagem ainda poderá ser vista nos dias 13 e 14, também às 21h, e no dia 15, às 20h

Ela foi poeta, ativista política, pesquisadora do carnaval brasileiro e definiu o que hoje se convenciona chamar de crônica memorialística. Eneida Vilas Boas de Moraes. Um dos nomes paraenses mais festejados em nível nacional. As múltiplas inquietações que transformaram essa mulher única em muitas é o que chega à ribalta. Marta, Elisângela e Rosa vivem, simultaneamente, aspectos diversos da biografia de Eneida. Um embate angustiante e provocativo que vai revelando para a platéia detalhes da densa trajetória da famosa nortista.

A peça é uma realização do grupo EcoArte e conta com apoio do Gepem e Teatro Waldemar Henrique. O figurino, cenografia, iluminação e maquiagem foram concebidos por Chagas Franco. A pesquisa de sonoplastia foi desenvolvida por Nelson Borges, Edson Chagas e Leandro Haick. A operação de sonoplastia é de Marcos Blanco. A operação de luz de Venildo Cohen. E as fotos de divulgação têm o selo de Naldo Silva e Pedro Ferreira.

BIOGRAFIA

Contista, cronista, memorialista, Eneida Vilas Boas Costa de Moraes nasceu num palacete situado à rua Benjamim Constant e ali se criou. Filha de Guilherme Costa e Júlia Vilas Boas Costa. Família de posses. O pai era comandante de navio e, assim, desbravava os rios do Estado. Rios que, de um jeito ou de outro, acabariam tomando conta das veias de Eneida, correndo por elas mais do que seu próprio sangue. O amor de Eneida pelo Pará foi tanto que mais verdes do que essas terras só mesmo os olhos da autora, eternos apaixonados por Belém. E justamente este verde estaria no título do primeiro livro. Em 1930, ela publica “Terra Verde”, um livro de poemas com temática amazônica.

Ainda muito jovem, foi morar no Rio de Janeiro, na época, a capital federal. Filiou-se ao Partido Comunista e se posicionou abertamente contra a ditadura Vargas. Por esta razão, foi presa várias vezes. No cárcere, dividiu cela com Graciliano Ramos e Olga Benário. Apaixonada pela cultura do povo, dedicou-se a um profundo estudo sobre o folclore brasileiro. Foliona de grande marca, criou na capital carioca o célebre Baile do Pierrô. Eneida despediu-se das árvores de suas verdes terras num mês de abril. Morreu em 27 de abril de 1971. Atendendo a um pedido seu, como boa comunista, foi sepultada no lado esquerdo do Cemitério de Santa Isabel.

Serviço: “Eu Me Confesso Eneida”, de Carlos Correia Santos. Direção Edson Chagas e Leandro Haick. Realização EcoArte. Sala de Ensaios do Instituto de Artes do Pará. Dias 12, 13 e 14, às 21h, e dia 15, às 20h. Ingressos antecipados: R$15,00. Na bilheteria: R$ 20,00. Maiores informações: 9124-5565






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